quinta-feira, 6 de setembro de 2007

OCASO





Ao ocaso de minha vida
Paro e penso comovido
No que outrora foi tudo
E hoje nem faz sentido.

Nesse apagar de luzes
Que vi o homem criar
Nas guerras sem vencedores
Que levam o mundo a chorar.

Vi sonhos belos desfeitos
E lindas promessas esquecidas
Pessoas buscando maquinas
Com medo da própria vida.

Procurei um mundo novo
Onde pudesse encontrar
Gente de alma elevada
Conjugando o verbo amar.

E debruçado ao teclado
Num “dialogo” sem som ou imagem
Vi legendas coloridas andando de lado a lado
E símbolos de risos e sofrimentos , num oceano de saudade.

Vi horas passando rápidas
Sem perceber se era noite ou dia
E a vida que um dia tive, já não mais me pertencia
Pois interagir com o novo “mundo” era só o que queria.

Fiz amizades serenas, tímidas, felizes e engraçadas
Outras mergulhadas em ódio e preconceitos
Por serem sós ou talvez, nunca terem sido amadas
A tudo assisti pasmado e nunca entendi direito.

E fui girando na roda de um turbilhão de incertezas
Vi gente pregando solidariedade
Dizendo coisas elevadas de mais profunda beleza
Mas...Que ao serem chamadas a servir... Deram adeus a sua "nobreza".

Fui confessor, companheiro, em noites de solidão
Também fui um triste palhaço de um circo sem picadeiro e sem qualquer afeição...
E calei minhas carências abrindo meu coração
Vi confundirem minha alegria, com desrespeito e perversão.

E finalmente cansado, frustrado, desanimado, confuso em minha razão
Desliguei a quem julgava em meus devaneios e solidão
Ser mais que um "amigo" quem sabe até um "irmão".
Mas que na verdade nada mais é que uma fábrica de ilusão.

E liberto de meus sonhos pude novamente descortinar
A beleza que me cerca e me aceita com todas imperfeições
Sem nunca nada cobrar, simplesmente como sou...
Simplesmente por me AMAR.





* Falcão S.R *



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